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Paulo Santo
Águeda
CD
Robalo 2021

 

 

Com algumas honoráveis excepções, o vibrafone é um instrumento relativamente acessório no Jazz, complementar na secção rítmica, e da mesma forma com frequência subsidiário do piano. E é por isso que é com alguma estranheza que temos observado o surgimento em Portugal de alguns vibrafonistas que se revelam como exímios instrumentistas e líderes.

O mais recente é Paulo Santo, que depois de se fazer notado como sideman, acaba de editar um primeiro disco de originais, «Águeda».

«Águeda» surpreende no engenho colocado nas composições, de subtil inspiração folk, e nas orquestrações, numa formação em que faz ouvir os sopros (e toda a banda) e se remete para uma relativa contenção, descartando o possível virtuosismo; com uma direcção atenta e assertiva.

Ela, a banda, é uma notável reunião de músicos, todos eles instrumentistas de excepção, e não por acaso compositores e líderes dos seus próprios projectos; o que será revelador também do mérito que encontraram nas composições e direcção de Paulo Santo.

Águeda é um verdadeiro afresco, onde o Jazz não se questiona, vigoroso e alegre, e foi para mim, até ao momento, a revelação do ano.

Águeda, Paulo Santo, Robalo Music, 2021

 

Paulo Santo (vib)
Francisco Brito (ctb)
João Lopes Pereira (bat)
João Mortágua (sa, ss)
Luís Cunha (t)

(Este texto foi publicado no Jornal de Letras)